Sexta-feira, 16 de setembro de
2011.
Antes de começar a contar sobre
as atividades desse dia, darei algumas informações sobre o hotel em que
ficamos, pois tem gente que se liga nessas paradas. Então, o hotel foi o Motel
One München City Ost, da rede Motel One, que, até onde eu sei, tem diversos
hotéis espalhados pela Alemanha e pela Áustria. Este no qual ficamos,
localizado na Orleansstrasse 87, na
parte leste de Munique, tem a vantagem de ficar muito próximo à Ostbahnhof, que é uma estação intermodal
de transporte público, com serviços de ônibus, trem e metrô, ou seja, a partir
dessa estação dá pra ir a qualquer lugar de Munique sem muito esforço. Outra
vantagem apresentada por este hotel e já destacada no capítulo anterior é que,
à noite, o hall se transforma em um barzinho. E a outra vantagem a ser
destacada é que há (pelo menos havia na época) uma funcionária brasileira muito
gente boa, a Ceres, simpática, atenciosa e divertida. Algumas coisas que deixam
a desejar no hotel: não há frigobar no quarto e nem servem café-da-manhã, e a
cama de casal king size prometida são
dois colchões de solteiro colocados lado a lado numa estrutura (cama) lisa, de
modo que, quando a gente se deita mais pro meio, perto da junção dos colchões,
estes se espalham, cada um pra um lado, e você cai no vão formado entre eles.
Mas, pra nós que não ficaríamos muito tempo no quarto, estava de bom tamanho. A
reserva foi feita através do Booking.com, com dez meses de antecedência, e
ficou em 110 € a diária + 9 € de estacionamento por dia. À primeira vista pode
parecer caro (e é mesmo), mas lembro ao desmemoriado leitor que isso é Munique
em época de Oktoberfest, ou seja, se
você deixar para fazer as reservas faltando seis meses ou menos, corre o risco
de ficar sem hotel ou pagar um valor ABSURDO, coisa de mais de 1.000 € a
diária, num quarto furreca. E isso é tudo que eu tenho pra dizer sobre o
hotel... Ah, não! Tem mais: as tomadas!!! Eram compatíveis com a gambiarra do
carregador da câmera... Aleluia! Agora vamos à esbórnia...
Acordamos não tão cedo, mas
também não muito tarde, e ficamos na dúvida:
– Putz, o hotel não serve
café-da-manhã. Onde e com o que vamos quebrar o jejum? – E algo em minha mente
dizia, como num sussurro sugestionador:
– Viktualienmarkt... Cerveeeeeeeeeja...
E foi assim que fomos ao Viktualienmarkt, o Mercado das
Vitualhas. Ahn? O obtuso leitor não sabe o que são “vitualhas”? Tá precisando
estudar e ler mais, hein, burrão!? Mas vou quebrar essa pra você pois eu
também não faço a menor idéia do que seja isso, mas claro que não vou admitir
nem debaixo de porrada. Segundo o ONISCIENTE:
vitualhas (vi-tu-a-lhas)
s. f.
pl.
Gêneros alimentícios; víveres.
Deu pra entender aí, leitor? Deu,
né? Sabia, ah ha ha! Que bichona!... Mas então, Viktualienmarkt, o Mercado das Vitualhas, é o Mercado dos
Alimentos, ou seja, uma grande feira livre. Mas ainda iríamos descobrir isso.
Saímos então para a Ostbahnhof e, com as dicas da Ceres, foi
facinho comprar os bilhetes (tem uma modalidade na qual você paga um único
bilhete e serve por um dia inteiro para até 5 pessoas, e sai quase ao mesmo
preço do bilhete simples). Saltamos na Marienplatz,
passamos pela Alter Peter (igreja de
São Pedro) e chegamos finalmente ao tão sonhado e desejado Viktualienmarkt. O Viktualienmarkt
cantado em verso e prosa, um espaço fantástico, repleto da essência de Munique,
com seus sons, cheiros, cores, texturas e sabores que marcam profundamente no
espírito do viajante a lembrança quase palpável da cidade, numa experiência
multi-sensorial arrebatadora... E estávamos ali, leitor! E sabe de uma coisa?
QUE BELA BOSTA! A primeira coisa que me veio à mente foi a Vila Rubim, aqui em
Vitória, só que com mais status. Nada contra a Vila Rubim, que até acho um
lugar interessante, mas, convenhamos, para isso não precisávamos ter saído de
casa. Onde estava a tão propalada profusão de produtos regionais que encanta
locais e turistas? As barraquinhas só vendiam salame e salsicha. Tá, tinha mais
coisas. Muito mais coisas, pra ser sincero. Mas o impacto da primeira má
impressão já se havia abatido sobre nós.
O Viktualienmarkt com a Peterskirche ao fundo (foto chupada da internet) |
Contudo, sabíamos que havia algo
que poderia minorar, e até mesmo inverter nosso sentimento de frustração: cerveja!
E tomar uma cervejinha de trigo no café-da-manhã, observando placidamente o
movimento no Viktualienmarkt, apesar
de tudo, tem lá seu charme. E olha só que sorte: eis que avistamos em meio às
barracas sem graça, qual oásis verdejante na imensidão árida do deserto, um
quiosque da Paulaner. Aproveitando a
analogia do oásis no deserto, disparamos para lá como dois dromedários sedentos
(ia usar “camelo”, mas no capítulo anterior já havia comparado minha mijada à
de um camelo, então não quis ser repetitivo). O cara que atendia no oásis,
digo, no quiosque da Paulaner acabara
de chegar e ainda estava arrumando as mesas, de modo que éramos seus primeiros
clientes do dia. E suponho que, para alguém que trabalhe no comércio, ter
clientes seja uma coisa muito boa. Mas não para o beduíno (esse negócio de
deserto é prolífico em possibilidades de analogia!) em questão, pois nem deu fé
na gente e continuou sua arrumação. Ficamos ali sentados ao ar livre, esperando
pacientemente que o zé-buceta se dignasse a nos atender. Uns cinco dias depois
ele percebeu nossa presença e, com a simpatia que só um alemão escroto e
chupador de limão pode ter, veio até nós e perguntou o que queríamos. Pedi o
cardápio, ele me olhou com uma cara-de-bunda-sodomizada, deu meia-volta se embrenhando
no quiosque e voltou de lá trazendo o cardápio. Pedimos a cerveja e ficamos
olhando o cardápio. Ainda bem que o cara estava numa má-vontade da porra e
demorou pra trazer a breja, pois aí deu tempo de constatarmos que só havia
linguiça branca e pretzel para comer.
Pô, até gostamos e tal, mas pro café-da-manhã naquele dia não ia rolar. Aí
tomei coragem e fui até o caboclo perguntar se não havia mais nada de
comestível disponível. Ele negou, e com a negativa eu cancelei a cerveja e saí
correndo, arrastando Josi pelo braço, antes que o simpático puxasse uma 12 de
trás do balcão e nos alvejasse sem piedade.
Rodamos um pouco, olhando as
barraquinhas e escolhendo em qual delas pediríamos nosso pão-com-linguiça, até
que nos decidimos por uma. Entramos, pedimos os lanches apontando o dedo, pois
o nome do troço, em alemão, era inescrutável para nós. Na hora de pagar, o
camarada olhou bem pra gente e perguntou de onde éramos. Quando dissemos que
éramos brasileiros a reação do cara foi, no mínimo, inusitada. Convido aqui o
leitor a um exercício de imaginação. Realize a cena: pensa num camarada de uns
dois metros de altura, branquelão, sério, com postura quase militar, exclamar
quase aos gritos: “OH! BRASIL!!! TCHACA TCHACA TCHACA!!!”, ao mesmo tempo em
que se transforma na mulata globeleza, requebrando feito uma minhoca numa crise
epiléptica, simulando ter nas mãos duas maracas (chocalhos, leitor), as quais
balançava freneticamente. Não sei ao certo por quanto tempo ficamos ali
atônitos, estáticos, aparvalhados com aquela cena grotesca... Provavelmente foi
por uma fração de segundos, mas a nós pareceu muuuuuito tempo, até que
conseguimos nos livrar do encantamento do galego globeleza e balbuciar alguma
coisa. Depois começamos a rir descontroladamente, negando com veemência, mas em
tom de brincadeira, o estereótipo a nós imputado. Nos despedimos e deixamos
para trás o simpático alemão, que ainda ria e gritava coisas para nós, como
“carnaval”, “futebol” e “Rio de Janeiro” (acho que ele não sacou quando
dissemos que éramos capixabas, hahahaha).
Bom, agora que já tínhamos nosso
lanchinho nos encorajamos a tentar a cerveja novamente. E lá fomos nós outra
vez para o quiosque do ogro, e fomos recebidos com a peculiar solicitude de uma
mula brava. Pedi a cerveja e, enquanto o bostão foi buscá-la, desembrulhamos
nossos sanduíches e nos pusemos a comer. Quando o filadaputa voltou já vi de
longe que ia dar merda. Ele botou a cerveja na mesa e latiu qualquer coisa em
seu idioma bestial. Fiz cara de interrogação e ele repetiu os rosnados
apontando para os sanduíches. Ele estava dizendo que não podíamos comer ali, a
não ser que fosse a comida da porra do quiosque dele, mesmo que estivéssemos
dispostos a consumir toda a cerveja do estoque. Parei de comer e embrulhei os
restos dos lanches na sacolinha de papel, sem desviar o olhar de cima do
idiota, que continuava ali, de pé, zelando para que sua ordem fosse cumprida.
Nesse curto intervalo raciocinei sobre quais alternativas eu tinha: beber a
cerveja; mandar o cara tomar no cu; ou levantar e ir embora sem pagar a
cerveja, que já estava aberta. Vontade para optar pela terceira alternativa não
me faltou, mas ia ser confusão na certa, daí resolvi-me por uma mescla das duas
primeiras opções: ergui o copo bem nas fuças do babacão e, como se estivesse
brindando, mandei-o tomar bem no meio daquele rabo que devia estar assado pelo
inequívoco mau uso. Bebemos, pagamos e saímos, para nunca mais. Lógico que não
deixamos gorjeta. Dali fomos às compras, mas isso é assunto para o próximo
capítulo.
Já que nosso intento de beber
cerveja no mercadão de Munique havia sido sabotado, tínhamos que caçar outro
lugar pra fazer isso. Pensa daqui, pensa de lá, nem pensamos tanto e uma coisa
ficou certa: iríamos a um biergarten!
Tá, tá, já sei... o ilustríssimo leitor não faz idéia do que seja um biergarten... Vamos transportar a bagaça
para o inglês e depois para o português: bier
= beer = cerveja; garten = garden = jardim; logo: biergarten
= beer garden = jardim da cerveja.
Sacou, ou quer que eu desenhe? – “Mas o que é um jardim da cerveja?” –
certamente me inquirirá algum acerebrado leitor. É o seguinte, meu prezado
muar: pensa num boteco onde as mesas são colocadas ao ar livre. Pensou? Isso é
um biergarten. Nada demais, né? Bom,
pode não ser nada demais pra gente, que vive o verão nas quatro estações; pra
eles, que vivem metade do ano enclausurados dentro de casa por causa do frio, é
muita coisa. Enfim, grande coisa ou grande merda, isso é um biergarten e era num troço desse que
queríamos ir. “Mas em qual? Há vários, muitíssimos, em Munique.” “Vamos matar
dois coelhos com uma paulada só: bora beber num biergarten do Englischer
Garten!” Calma, apressado leitor, já explico: Englischer Garten, ou Jardim Inglês, é um parque de Munique. Está
para Munique como o Ibirapuera para São Paulo, a Redenção para Porto Alegre, a
Pedra da Cebola para Vitória ou a Beira-Rio para Castelo. Então, era isso que
faríamos.
Pegamos o metrô na Marienplatz e saltamos na estação da
Universidade de Munique. Dali até a entrada do Englischer Garten é um pulo. Pulamos e estávamos lá. O lugar é
muito maneiro, muitas árvores, muita grama, muito verde, córregos e rios, e uma
multidão de branquelos que acham que estão na praia.
A "praia" de Munique |
Rio cujas águas beiram -273,15 ºC, provenientes do degelo de alguma montanha. |
Espécime de peixe mutante (deve beber muita cerveja para aguentar o frio). |
Mas nós estávamos ali para beber
cerveja, então perguntamos pela Chinesischer
Turm, a Torre Chinesa, onde tem um biergarten
da Hofbräuhaus, e rumamos para lá.
Como pode muito bem imaginar o esperto leitor, há no local uma torre em estilo
chinês, onde sempre tem uma fanfarra bávara tocando músicas típicas (isso
quando os integrantes largam seus maβ,
o que é raro), e ao seu redor muitas e muitas compridas mesas e bancos. Quase
ao lado da torre está uma espécie de restaurante fast food a céu aberto da Hofbräuhaus.
No capítulo anterior eu disse que a Hofbräuhaus
é a cervejaria muniquense mais conhecida fora de Munique, pois os muniquenses
não apreciam muito a papagaiada-engabela-bobo que eles fazem pra atrair os
turistas. O que não quer dizer que a cerveja não seja boa, muito pelo
contrário. E, afinal, nós éramos turistas mesmo, então que se fuck!
Chinesischer Turm |
É nóis na Torre Chinesa |
Josi fazendo micagem |
Achamos uma mesa vazia e nos
acomodamos. Deixei Josi guardando lugar e fui em busca do tônico da felicidade.
Havia um quiosque externo ao fast food,
onde uns manés vendiam a cerveja em canecas de 1 litro ou em copos de 500 mL.
Peguei uma caneca só (porra! 1 litro é cerveja pra caralho!), paguei e, junto
com o troco, o camarada me entregou uma moedinha verde, de plástico, com a
efígie da Torre Chinesa em baixo-relevo. “Whatafuck?”
Aí o cara me explicou que aquela moedinha custava 1 €, que me seria devolvido
se, ao invés de deixar a caneca vazia na mesa, a levasse de volta para eles. Na
verdade não entendi porra nenhuma que o chucrute disse, mas como a fila era
grande e a galera impaciente, não quis atravancar a coisa e lá me fui com a
caneca e com a moedinha. Só fui sacar qual que era a da parada depois,
observando o pessoal que recolhia as canecas nas mesas. Lógico, que, ao final
do processo embriagatório, eles ficaram com meu euro e eu com a moedinha de souvenir.
Assim foi que ficamos ali bebendo
e curtindo a atmosfera do lugar. Não demorou muito e a breja produziu seus
efeitos psicotrópicos. Que beleza! Para não ficarmos muito travadões
rapidamente, fui à caça da comida. Não, lesado leitor! Apesar de estarmos
praticamente dentro de uma floresta, eu não saí com meu arco-e-flecha
importunando a fauna local. Como disse acima, há um restaurante da Hofbräuhaus, e eles servem aquilo que
pode ser chamado de fast food alemão.
Funciona assim: você entra numa fila gigantesca da porra (mas ela anda bem
rápido), até chegar ao balcão, onde vários funcionários estão fritando e
assando linguiças e cortes de frango e porco, bem como batatas. Daí você diz o
que quer, ou melhor, no meu caso eu apontei para o que queria, e eles te
servem. Dali você segue na fila para os acompanhamentos, e outros funcionários
te servem porções pré-definidas daquilo que você quiser (eu sempre apontando as
coisas). Depois de pegar tudo o que quiser, você vai para a fila do pagamento,
que é feito em uns quiosques com roletas que dão passagem da área do
restaurante para as mesas. Nesses quiosques as mocinhas olham o que tem em sua
bandeja e fazem a cobrança, além de entregarem talheres e mostarda. Na primeira
vez a gente fica meio perdido no meio do turbilhão de gente, mas depois pega a
manha e acostuma.
BIERGARTEN!!! |
Voltei pra mesa com, adivinhe,
leitor adivinhão?, weisswurst
(linguiça branca), joelho-de-porco, batatas e chucrute. Por falar em chucrute
(repolho fermentado), meu pai contava que quando estudou no colégio jesuíta
Cristo Rei, em São Leopoldo - RS, não era raro ter chucrute nas refeições, pois
os padres, alemães ou descendentes em sua maioria, adoravam o tal petisco. Só
que, ao que parece, os bosches não
primavam muito pela higiene no processo de produção da bagaça, de modo que,
quando havia chucrute, os estudantes ficavam sabendo antes pelo mau cheiro e
entravam no refeitório tapando o nariz com as mãos, cobrindo o prato com a
bandeja, pois o troço era azedo e fedido. Isso deixava os superiores alemães
putos da vida e, via de regra, havia represálias. Só alguns anos depois, já na
Bélgica, foi que ele provou (e gostou!) o chucrute de verdade, bem feito.
Cresci ouvindo essa historinha do meu véio e, por isso, sempre tive curiosidade
sobre o tal do chucrute. E sabe que é até bonzinho o negócio!? Nada muito
diferente de uma tradicional salada de repolho, mas, assim como a salada, é
bom.
Primeiro a indefectível cerveja de trigo, com weisswürst e chucrute... |
... depois uma oktoberfestbier e um joelhinho de porco pra rebater |
E ficamos ali, comendo e bebendo,
e ouvindo a bandinha dos chucrutes. Os caras tocavam uma música, daí davam uma
pausa, pegavam as canecas sob as cadeiras, bebiam, acendiam um cigarro,
fumavam, secavam a caneca e aí tocavam outra musiquinha, sempre no mesmo
estilo. E repetiam esse ritual como um mantra. Depois de muito tempo, já com a
visão meio prejudicada, resolvemos que era hora de vazar. Aí vazamos. Fomos
andando pelas trilhas entre as árvores até chegarmos a um grande espaço aberto
todo gramado. Havia uma leva de gente ali, praticando (ou não) as mais variadas
atividades: tinha a galera que jogava bola; os dementes de cueca que tomavam
cerveja dentro do rio, cujas águas de temperatura próxima ao 0 kelvin provinham
do degelo de alguma montanha; tinha a galera que pedalava; e tinha um bando de
zé-manés que não fazia nada, igual um monte de calango ao sol. Uma pena,
leitor, é que não consegui achar a área de nudismo (na verdade Josi me fuzilou
com os olhos quando mencionei a possibilidade)... Mas então, não sei se pelo
cansaço da peregrinação, o bucho cheio das leves e saudáveis comidas alemãs ou
os três litros de cerveja que cada um de nós bebeu, mas o fato é que foi batendo
uma leseira do caralho e então meu olhar, com a agudez que o álcool permitiu,
divisou um ponto estratégico no gramado, uma sombrazinha bem na fímbria do
bosque, próxima ao rio. Nos arrastamos até lá, capotamos sobre a grama e
dormimos o sono dos justos... Até babamos...
Sombra convidativa... |
Que leseira! ZZZ zzz ZZZ zzz ZZZ zzz |
Acordamos com a risada de uma
criança cuja mãe se sentou ali por perto para ler estorinhas para a filha. Sei
lá quanto tempo ficamos ali desmaiados, mas, fosse como fosse, era hora de
irmos embora. Nos encaminhamos para a estação da Universidade, de lá para a Ostbahnhof e dali para o hotel. Devia
ser umas 19:30. Tomamos banho e deitamos para descansar até as 23:00, hora em
que marcamos de sair pela noite de Munique com a Ceres. Quando acordamos já era
mais de meia-noite e certamente a saída tinha miado. Estávamos com uma fome
absurda, então desci até o bar/recepção, descolei quatro mistos-quentes e duas
garrafinhas de coca-cola. Subi e me dei conta de que não havia abridor de
garrafa no quarto. Abri as garrafas forçando a tampa contra a quina da pia do
banheiro, o que provocou a quebra do gargalo de uma delas. “Ah! que se foda!” O
sono e a sede eram tantos que não nos importamos com os possíveis estilhaços no
líquido. Terminado o lanche, capotamos na cama novamente. O dia seguinte prometia...
Ia começar a OKTOBERFEST!!!
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